Saúde

Dopamina

dopamina

Dopamina || O sistema nervoso é um dos sistemas mais complexos e misteriosos do corpo humano. Ao mesmo tempo é um dos mais importantes, por estar associado ao funcionamento de todos os outros, sendo uma espécie de regulador do funcionamento orgânico.

Um dos principais atores do sistema nervoso é a dopamina, saiba mais sobre o tema:

  • O que é a dopamina

A dopamina é uma molécula que o nosso corpo produz naturalmente e é a substância que está por trás da maioria das sensações produzidas e percebidas pelo corpo humano em relação com o ambiente.

A dopamina é como um mensageiro químico no cérebro, que é tecnicamente conhecido como um neurotransmissor e é responsável pelo envio de sinais do sistema nervoso central. É o que permite que informações sejam passadas de um neurônio para outro.

Os efeitos da dopamina no cérebro dependem de alguns fatores diferentes e são influenciados pelos outros tipos de neurônios com os quais ele é combinado.

  • Onde é produzida a dopamina

A dopamina é produzida nos neurônios dopaminérgicos na área tegmentar ventral do mesencéfalo, na substância negra compacta e no núcleo arqueado do hipotálamo.

  • Efeitos da dopamina no corpo humano

A dopamina atua em diversas funções do corpo e por isso está relacionada a uma série de fatores ligados ao sistema nervoso. Confira alguns dos efeitos da dopamina no organismo:

– No movimento

Uma parte do cérebro chamada gânglio basal regula o movimento do corpo. Os gânglios da base, por sua vez, dependem de uma certa quantidade de dopamina para funcionar com eficiência máxima. A ação da dopamina ocorre via receptores de dopamina, D1-5.

A dopamina reduz a influência da via indireta e aumenta as ações da via direta dentro dos gânglios da base. Quando há uma deficiência de dopamina no cérebro, os movimentos podem se tornar atrasados e descoordenados. Por outro lado, se houver um excesso de dopamina, o cérebro faz com que o corpo faça movimentos desnecessários, como tiques repetitivos.

– No prazer e busca por recompensa

A dopamina é a substância química que media o prazer no cérebro. Ela é liberado durante situações prazerosas e estimula a pessoa a buscar a atividade ou ocupação prazerosa. Isso significa que comida, sexo e várias drogas de abuso também são estimulantes da liberação de dopamina no cérebro.

– Nos vícios

A cocaína e as anfetaminas inibem a recaptação da dopamina. A cocaína é um bloqueador de transporte de dopamina que inibe competitivamente a captação de dopamina para aumentar a presença do neurotransmissor no cérebro.

A anfetamina aumenta a concentração de dopamina no intervalo sináptico, mas por um mecanismo diferente. Anfetaminas são semelhantes em estrutura à dopamina, e assim podem entrar no neurônio pré-sináptico através de seus transportadores de dopamina. Ao entrar, as anfetaminas forçam as moléculas de dopamina a sair de suas vesículas de armazenamento. Ao aumentar a presença de dopamina, ambos levam ao aumento de sentimentos agradáveis e vícios.

– Na memória

Níveis de dopamina no cérebro, especialmente no córtex pré-frontal, ajudam a melhorar a memória de trabalho. No entanto, este é um equilíbrio delicado e quando os níveis aumentam ou diminuem para níveis anormais, a memória pode sofrer alguns danos.

– Na atenção

A dopamina ajuda em foco e atenção. A visão ajuda a resposta da dopamina no cérebro e isso, por sua vez, ajuda a focalizar e direcionar sua atenção. A dopamina pode ser responsável por determinar o que fica na memória de curto prazo com base em uma resposta imaginada a certas informações. Estima-se que concentrações reduzidas de dopamina no córtex pré-frontal contribuam para o transtorno de déficit de atenção.

– Na cognição

A dopamina nos lobos frontais do cérebro controla o fluxo de informações de outras áreas do órgão. Distúrbios da dopamina nessa região levam a um declínio nas funções neurocognitivas, especialmente memória, atenção e resolução de problemas.

Os receptores D1 e D4 são responsáveis pelos efeitos de aumento cognitivo da dopamina. Alguns dos medicamentos antipsicóticos usados em condições como a esquizofrenia atuam como antagonistas da dopamina. Os antipsicóticos “típicos” mais antigos agem mais comumente nos receptores D2, enquanto os atípicos também atuam nos receptores D1, D3 e D4.

– No convívio social

Baixa ligação do receptor D2 é encontrada em pessoas com ansiedade social ou fobia social. Algumas características da esquizofrenia negativa (retraimento social, apatia, anedonia) parecem estar relacionadas com um estado dopaminérgico baixo em certas áreas do cérebro.

Por outro lado, aqueles com transtorno bipolar em estados maníacos tornam-se hiper-sociais, bem como hipersexuais. Isso é creditado a um aumento na dopamina. A mania pode ser reduzida por anti-psicóticos bloqueadores da dopamina.

Nas psicoses

A transmissão dopaminérgica anormalmente alta tem sido associada à psicose e esquizofrenia. Tanto os antipsicóticos típicos quanto os antipsicóticos atípicos funcionam em grande parte inibindo a dopamina nos receptores.

– Nas dores

A dopamina desempenha um papel no processamento da dor em múltiplos níveis do sistema nervoso central. Isso inclui a medula espinhal, o tálamo, os gânglios da base, o córtex insular e o córtex cingulado. Baixos níveis de dopamina estão associados a sintomas dolorosos que frequentemente ocorrem na doença de Parkinson.