A variedade de tradições existentes durante toda a existência humana é incontável. Além das características próprias de cada uma, o que mais pode diferenciar uma da outra é se ela se manteve em uso ou ficou no tempo. Mesmo no século XXI, ainda são práticas totalmente comuns em diferentes culturas. A astrologia e os signos são um exemplo forte algo que consegue seguir ganhando força.
Também podemos citar a numerologia, algo que é fascinante. Pessoas vivem toda a sua vida de acordo com essa doutrina, seja afirmando ser uma ciência ou “apenas” como uma espécie de superstição. O ponto é que muitas pessoas nem sabem ao fundo o que é numerologia, um conceito milenar, mas que foi definido apenas no século passado.
No dicionário, podemos encontrar o significado de numerologia como: análise do significado oculto dos números e da forma como eles podem influenciar a vida, o comportamento e o destino das pessoas. Sua etimologia se dá como “número + logia”, ou seja, o estudo dos números.
Numerologia cabalística
A numerologia é “conhecer os números” não em seu significado matemático, mas sim em seu significado simbólico. Isso significa que você estará compreendendo o significado simbólico dos números ou a forma como as ideias são símbolos através dos números. Numerologista é uma pessoa que lida com numerologia como investigador ou criador. Existem variadas maneiras de se aplicar esse conceito e uma das mais conhecidas é a numerologia cabalística, onde seu nome de batismo são relacionados a valores que representam cada letra, com a finalidade de revelar algumas coisas sobre a vida do indivíduo em questão.
Numerologia cabalística: como surgiu
Olhando para a Bíblia judaica, você pode ver que os números têm um grande significado. Todo judeu está ciente do importante poder que os números sete e 13 estão mantendo. No entanto, um estudo profundo dos números e seu significado só pode ser encontrado na Kabbalah Judaica.
A Kabbalah é um sistema antigo que remonta à Babilônia há cerca de 4.000 anos. Isso nos permite entender o propósito da existência do homem, por que ele foi criado e de onde ele veio. Tudo isso pode e deve ser revelado a nós durante o curso de nossas vidas neste mundo, aqui e agora, não em outro livro ou em outro mundo desconectado de nossa realidade.
“Numerologia cabalística” é um nome genérico para muitas ferramentas derivadas da Kabbalah e fontes judaicas como o livro “Yezira” (criação), o Talmude e muito mais.
Este método adaptou os valores do Judaísmo e da Kabbalah, acrescenta a data hebraica do nascimento à pessoa que lê e interpreta e dirige várias questões em nossas vidas de acordo com esses princípios.
Segundo o judaísmo, o nome da pessoa está ligado à raiz de sua alma. O nome que nos foi dado por nossos pais está representando, através de cartas e conversão de poder, características adicionais da numerologia àquelas que recebemos de nossa data de nascimento, pontos de referência em nossas vidas e nossas aspirações pessoais. Além disso, de acordo com o nome da pessoa e os nomes de seus pais, pode-se identificar seu destino nesta vida e a emenda que se supõe ter nesta vida. Designação e emenda, juntamente com o seu destino, que é derivado de sua data de aniversário, vão traçar sua direção na vida.
Qual número representa seu nome?
Enfim, após falar bastante sobre a história e contextualização da numeração cabalística, hora de entender um pouco mais sobre a sua prática. Para começar, antes de compreender os significados de cada número, é preciso decifrar como chegar ao número que representa seu nome, sabendo qual o valor de cada letra do alfabeto. Veja abaixo:
A = 1; B = 2; C = 3; D = 4; E = 5; F = 6; G = 7; H =8; I = 9; J = 9; K = 10; L = 20; M = 30; N = 40; O = 50; P = 60; Q = 70; R = 80; S = 90; T = 100; U = 200; V = 200; W = 300; X = 300; Y = 9; Z = 400.
Agora, antes de partir para a soma, vamos antes entender quais números são válidos e quais são seus devidos significados.
1: iniciativa, poder, liderança, poder e autoconhecimento
2: equilíbrio, prosperidade e harmonização
3: interatividade, comunicação, evolução e sinceridade
4: estabilidade, segurança, força e proteção
5: mudanças, movimentação, versatilidade
6: fidelidade, honestidade, responsabilidade
7: sabedoria, autoconhecimento, espiritualidade
8: poder, força, superação
9: empatia, fraternidade, compaixão
11: intuição e sensibilidade
12: união, fé aprofundada em nossos espíritos. Ligação com outras coisas marcantes com o número 12, como signos, meses do ano, apóstolos, etc
18: poder e vontade relacionados a alma
22: otimismo, eficiência, lealdade, raciocínio lógico
33: número conhecido pela morte de Jesus. Denota desenvolvimento pessoal e alta consciência universal
44: poder, controle, agilidade, fácil expressão
55: força e iluminação relacionados ao mundo espiritual
66: liberdade, paz divina, capacidade de amar
77: libertação, aceitação, compreensão e crescimento
108: último número válido dessa numerologia, o 108 remete à conclusão bem sucedida de um ciclo. Número sagrado em diversas culturas.
Agora, enfim, podemos realizar a soma para descobrir qual número representa o nosso nome. Vamos usar como exemplo o nome Matheus, pois com ele podemos lhe apresentar alguns obstáculos que essa numerologia oferece e como descobrir o seu valor da mesma forma.
M = 30; A = 1; T = 100; H = 8; E = 5; U = 200; S = 90. Somando o valor individual de cada letra, temos 434. No entanto, 434 não é um número válido, como vimos acima. Diante disso, você deve somar os três algarismos desse resultado: o resultado é 11, que é um número válido, logo você já conseguiu descobrir.
Caso o resultado dessa sua segunda soma ainda dê um número que não é considerado válido pela numerologia cabalística, a solução seria você fazer mais uma soma, que iria resultar em um número de 1 a 10, onde todos são válidos e ficaria fácil para você decifrar o valor do seu nome.
A história da numerologia
A numerologia é a arte para expressar através de números, idéias arquetípicas.
Estes números representam princípios universais e contêm em si a evolução de todas as coisas, porque eles têm uma ordem que varia do menor para ser um átomo, como até a própria imensidão do universo.
Esta ciência teve sua origem nos símbolos usados para expressar as idéias e pensamentos do homem antigo.
Na história da Numerologia Existem muito antigos escritos de civilizações antigas, sabe-se que a passagem do mundo ocidental foi graças a Pitágoras, o grande filósofo e matemático grego que viveu no século VI dC.
Pitágoras viajou para o Oriente em busca do Conhecimento Superior e, ao retornar, fundou grupos nos quais se estudou o simbolismo dos números e sua relação com as letras.
O conhecimento da numerologia que temos hoje devemos a Pitágoras, pois ele viu nas diretrizes numéricas a explicação dos fenômenos naturais e universais.
O numeromancia ou numerologia, como é conhecido hoje, é uma arte muito antiga, como não-alfabetos foram criados e a ciência dos números já era uma arte em tempos antigos.
Através desta ciência antiga, podemos entender e compreender como este trabalho chamamos universo, em todos os seus aspectos, porque graças a analogias podemos estabelecer relações muito diretas.
Numerologia como arte é uma ciência que pode nos dizer qual caminho devemos tomar e qual seria a melhor estratégia para encontrar a felicidade, à medida que descobrimos os dons que Deus tem colocado em nossas mãos ou em nossos nomes.
Essa arte tem a virtude de prever o passado, o presente e o futuro, o que nos alerta para fatos concretos e abstratos.
Numerologia não só estuda os nomes, mas também estuda as datas de nascimento em que encontramos detalhes sobre o nosso destino.
É também uma ciência mágica, porque através dela podemos realizar diferentes procedimentos ritualísticos para tudo o que queremos ou nos preocupamos.
Como você vai descobrir a numerologia, é uma das artes mais famosas do mundo ocultista, convido-o a ler e estudar este trabalho, pois nele você descobrirá muito mais do que pode imaginar.
Os números em diferentes culturas
No. 1: Este número representa o Pai, o Deus Criador, em quase todas as culturas e religiões antigas.
O nº 3: representa a Trindade na cultura babilônica: ANU o céu, BEL a terra e EA a água.
Na Índia, o BRAMA representa a Criação, o VISHNU, o poder conservador e o SHIVA, o poder destrutivo.
Para os hebreus, simboliza as três pragas que David passou.
Para os gregos e romanos, fazia sentido religioso. Repetiram as palavras místicas 3 vezes, fizeram 3 libações em suas cerimônias litúrgicas nas quais sacrificaram 3 animais.
E no cristianismo tem sido um número muito importante. Representa em primeiro lugar a Santíssima Trindade, as 3 tentações de Jesus, os 3 dias que Jesus permaneceu no sepulcro, e também a tentação tripla que Paulo derrotou através de 3 orações.
O nº 4: este foi um número importante na cultura da pele vermelha, pois representa os 4 pontos cardeais.
Para os antigos babilônios, egípcios e hebreus, ele tinha o mesmo significado.
No. 7: é um número importante na cultura hebraica que fala das 7 ilhas, dos 7 céus, das 7 montanhas, dos 7 altares e dos 7 pares de animais que Noé introduziu na Arca, por ordem divina.
No cristianismo, eles representam os 7 sacramentos e os 7 dons do Espírito Santo.
Também tem importância metafísica e astrológica, 7 eram os únicos planetas considerados antigamente, 7 os dias da semana, 7 os maus espíritos e 7 os muros que separavam o mundo inferior.
O nº 10: foi importante para o cristianismo que nos fala em primeiro lugar dos 10 mandamentos. As dez pragas do Egito e dos hebreus se lembravam das dez tendas dos Tabernáculos e dos dez chifres da Besta Apocalíptica.
O nº 12: também tem significado astrológico, pois representa os 12 signos do Zodíaco, os 12 meses do ano, as 12 horas do meio-dia e as 12 portas do Paraíso.
No. 40: é importante para as culturas hebraica e cristã, e fala de expiação e purificação. 40 anos dos hebreus no deserto, 40 dias de Moisés no Sinai e os 40 dias de jejum de Jesus.
O que é “cabalístico”?
Cabalístico é a característica que provém da “cabala”. Cabala, (hebraico: “Tradição”) é o nome dado ao esotérico Misticismo judaico como apareceu nos séculos 12 e seguintes. A Cabala sempre foi essencialmente uma tradição oral na medida em que a iniciação em suas doutrinas e práticas é conduzida por um guia pessoal para evitar os perigos inerentes às experiências místicas. A Cabala Esotérica também é “tradição” na medida em que reivindica o conhecimento secreto da Torá não escrita (revelação divina) que foi comunicada por Deus a Moisés e Adão. Embora a observância da Lei de Moisés permanecesse como o princípio básico do judaísmo, a Cabala forneceu um meio de se aproximar diretamente de Deus. Isso deu ao Judaísmo uma dimensão religiosa cujas abordagens místicas a Deus era vista por alguns como perigosamente panteístas e heréticas.
As raízes mais antigas da Cabala são atribuídas a Merkava misticismo. Ele começou a florescer na Palestina no século 1 DC e teve como principal preocupação contemplação estática e mística do trono divino, ou “carro” (merkava), visto em uma visão de Ezequiel, o profeta (Ezequiel 1). O mais antigo texto judaico conhecido sobre magia e cosmologia, Sefer Yetzira (“Livro da Criação”), apareceu em algum momento entre o terceiro e o sexto século. Ele explicava a criação como um processo envolvendo os 10 números divinos de Deus, o Criador, e as 22 letras do alfabeto hebraico. Juntos, eles foram ditos constituem os “32 caminhos da sabedoria secreta.”
Um dos principais textos do início da Cabala foi o século XII. Sefer há-bahir (“Livro do Brilho”), cuja influência no desenvolvimento do misticismo esotérico judaico e no judaísmo em geral, foi profunda e duradoura. O Bahir não apenas interpretou a sefirot como instrumental na criação e sustentação do universo, mas também introduziu no judaísmo noções como a transmigração de almas (gilgul) e fortaleceu os fundamentos da Cabala, fornecendo-lhe um extenso simbolismo místico.
No século seguinte, o Sefer há-temuna (“Livro da Imagem”) apareceu na Espanha e avançou a noção de ciclos cósmicos, cada um dos quais fornece uma interpretação da Torá de acordo com um atributo divino. O judaísmo, consequentemente, foi apresentado não como uma religião de verdades imutáveis, mas como uma para a qual cada ciclo, ou eon, teria uma Torá diferente.
Espanha também produziu o famoso Sefer há-zohar (“Livro do Esplendor”), um livro que em alguns círculos foi investido com uma santidade que rivaliza com a da própria Torá. Tratava do mistério da criação e das funções da sefirot, e oferecia especulações místicas sobre o mal, a salvação e a alma.
Após a sua expulsão da Espanha em 1492, os judeus foram mais do que nunca assumidos com esperanças messiânicas e escatologia, e Kabbala encontrou grande favor.
Em meados do século XVI, o centro incontestado da Cabala era Safed, na Galiléia, onde um dos maiores de todos os Cabalistas, Isaac ben Solomon Luria, passou os últimos anos de sua vida. De acordo com Gershom Gerhard Scholem, um moderno estudioso judeu da Cabala, a influência de Luria foi superada apenas pela do Sefer há-zohar. A Cabala luriânica desenvolveu várias doutrinas básicas: a “retirada” (tzimtzum) da luz divina, criando assim um espaço primordial; o afundamento de partículas luminosas na matéria (qellipot: “conchas”); e uma “restauração cósmica” (tiqqun) que é alcançada pelos judeus através de uma intensa vida mística e incessante luta contra o mal. O Cabalismo Luriânico foi usado para justificar o Shabbetaianismo, um movimento messiânico judaico do século XVII.
A Cabala luriânica também influenciou profundamente as doutrinas da moderna O asidismo, um movimento social e religioso que começou no século XVIII e ainda floresce hoje em pequenas comunidades judaicas, mas significativas.