Alargador 4mm – Existem diversos tipos, modelos, cores e tamanhos de alargadores, já escolheu o seu ? Leia o artigo e conheça mais.

No artigo a seguir você encontrará os seguintes tópicos:

• História
• Os botocudos
• lenda de Kamukuaká
• Outras culturas
• Formas de Aplicação
• Pinos de Inserção

Alargador 4mm

A vida é uma sucessão de acontecimentos e a maioria deles são um tanto quanto ordinários, frutos da rotina. Isso faz com que não questionemos o mundo ao redor, tratando alguns temas com superficialidade e acabando por atribuir a eles certo grau de insignificância. Acontece que, no fundo, todos os elementos que fazem parte de um ambiente são dotados de uma imensa carga de sentido. Pense na história de criação de cada um dos objetos que estão à sua volta, pense a vida antes deles terem sido inventados, o contexto de sua invenção e também em suas formas primitivas até que chegasse a ser como está sendo visto hoje. Mesmo os nossos hábitos passam por intensos processos de modificação e ressignificação ao longo da história, mas acabam por ser tão naturais que não se configuram como alvo de um pensamento mais profundo.

Esse processo é natural, não há nada de absurdamente grave, é simplesmente absorver um conceito e introduzi-lo à uma lógica de rotina, afinal, a vida pede uma certa organização de tempo e fatos. Bom, existem casos em que a instância dos objetos e dos hábitos descrita anteriormente se fundem e ocorre a assimilação de uma cultura ancestral sem a mínima relação com o sentido original daquela prática. Muitos dos adereços estéticos usados hoje em dia, por exemplo, tem sua origem datada de centenas de anos atrás e eram repletos de um simbolismo único, que acabam por se perder na história.

Brincos, colares, pulseiras, maquiagens, pinturas, tatuagens, piercings e uma série de outros ornamentos têm uma origem longínqua e foram mudando de significado até serem vistos como uma possibilidade essencialmente estética. Os alargadores também são um exemplo desses adereços e é exatamente dele que falaremos a seguir, buscando resgatar um pouco da relação histórica desse objeto.

Alargador: História

É difícil precisar qual o primeiro povo a fazer uso de alargadores. Esses objetos de forma redonda e usados para aumentar (alargar mesmo) furos feitos na pele, em especial na boca e nas orelhas, foram simbólicos para várias civilizações, portanto, contemos algumas delas.

“Os botocudos” – Alargador 4mm

Começando pelos indígenas brasileiros. Algumas etnias indígenas ficaram conhecidos por fazerem uso de grandes alargadores nas orelhas e na boca. Uma das heranças mais marcantes desse hábito foi a denominação de algumas tribos como “botocudos”. Esse batismo genérico foi feito pelos portugueses quando chegaram ao Brasil, no século XVI.

Os botocudos não foram de fato uma única tribo, mas a forma como os europeus chamaram esses índios que utilizavam os chamados botoques. Os botoques eram objetos cilíndricos feitos de madeira e colocados em grandes buracos feitos por esses indígenas nas orelhas, boca e narinas. Algumas etnias africanas também faziam uso dos botoques.

A maioria dos botocudos pertencia ao tronco linguístico macro-jê, que não falavam o tupi. Os botoques eram geralmente pintados de branco e chegavam a ter 12 centímetros de diâmetro. Os botoques não eram utilizados por qualquer membro do grupo.

De uma forma geral, o uso do botoque estava associado a uma boa capacidade oratória e eram usados pelos grandes contadores de histórias. Há fontes que também revelam que os chefes de guerra também fazia uso dos alargadores indígenas.

A lenda de “Kamukuaká” – Alargador 4mm

O Kamukuaká era uma criatura divina cultuada por nativos brasileiros, em especial os que ocupavam o território hoje compreendido pelo Mato Grosso. Seu surgimento era acompanhado por uma famosa lenda que explica o uso de alargadores por parte das etnias indígenas daquela região. Kamukuaká era uma figura divina antropomórfica, ou seja, tinha forma de homem. Na verdade, a lenda o trata como um homem comum, com alguns diferenciais que motivaram sua elevação à condição de divindade.

Tratava-se de um excelente guerreiro, forte, rápido e viril e em seu corpo faltava-lhe algo que lhe deu a condição de um Deus. Kamukuaká não tinha um umbigo, o que fez com que a população local acreditasse que ele não havia sido gerado por nenhuma mulher, não havia nascido a partir do processo natural do ser humano. Portanto, Kamukuaká havia de ter vindo de algum lugar desconhecido, alguma outra realidade. Para compensar o fato de não ter umbigo, a lenda conta que Kamukuaká decidiu furar as orelhas e, como gozava de prestígio entre os habitantes locais, resolveu fazer uma grande celebração para marcar a passagem.

De acordo com a lenda, a festa foi tão grandiosa e moveu tantas pessoas que causou inveja no próprio sol (tratado com contornos divinos por muitas etnias indígenas brasileiras, assim como a lua) que se propôs a acabar com a festa e matar Kamukuaká. No meio da festa, o sol começou a atirar flechas com o objetivo de acertar o guerreiro Kamukuaká, que àquela altura ainda não havia furado as orelhas.

O índio sem umbigo conseguiu fugir de todas as flechas atiradas pelo sol, demonstrando grande destreza e agilidade. Aquilo impressionou todos os índios, que passaram a admirar ainda mais Kamukuaká. Acontece que durante os ataques do sol à Kamukuaká, o guerreiro acabou sendo atingido apenas nas orelhas, e ambas foram furadas. Como forma de demonstrar o fascínio pelas habilidades atléticas de Kamukuaká, os indígenas que estavam na gesta resolveram todos furar suas orelhas e assim se deu a tradição entre aqueles indígenas.

Com o tempo, os furos das orelhas foram sendo preenchidos por troncos e pedras, os alargadores dos indígenas dessa localidade do Brasil. Até hoje os indígenas mato-grossenses realizam uma cerimônia em que furam as orelhas dos índios mais jovens, em honra à Kamukuaká.

Alargadores em outras culturas – Alargador 4mm

Uma outra cultura que ficou conhecida pelo uso de alargadores é a cultura Inca. Uma das mais incríveis civilizações pré-colombianas ocupou boa parte da faixa oeste do continente sul-americano, sendo centrado na Cordilheira dos Andes mas abrangendo grande parte do atual Equador e Peru, sul e oeste da Bolívia, noroeste da Argentina, norte do Chile e sul da Colômbia.

Os incas faziam uso de alargadores principalmente nas orelhas. Os alargadores incas eram de grande porte, chegando a medir mais de 15 milímetros de diâmetro. No Império Inca, as hierarquias eram muito bem definidas e só podiam usar alargadores quem gozava de prestígio e posições de alto cargo dentro do império. Nesse sentido, ocorreu com os nativos incas algo parecido com o que ocorrera com os botocudos. Os botocudos foram genericamente chamados assim pelos portugueses, já os incas mais importantes dentro do império eram conhecidos como “orejones”, ou orelhudos, entre os espanhóis.

Vários povos africanos “disputam” a hegemonia no posto de culturas mais antigas a usarem alargadores, mas a verdade é que não existe um consenso histórico sobre o tema, sendo ambos os continentes marcados por culturas que fizeram o uso desse adereço.

Formas de aplicação – Alargador 4mm

Os alargadores indígenas eram colocados com pedras pontiagudas e alargados com plantas como bambus. É óbvio que nem a pessoa mais corajosa e hardcore teria de fazer isso hoje, uma vez que existem variadas técnicas mais seguras e menos dolorosas de se aplicar um alargador. A maioria dos alargadores utilizados nos dias atuais é nas orelhas. Existem três formas mais comuns e utilizadas por profissionais na hora de colocar um alargador. São elas:

Pinos de inserção – Alargador 4mm

É a técnica mais utilizada. Trata-se de fazer um furo no lóbulo da orelha, assim como em furos comuns de brincos. Depois de feito o furo, um pino com a ponta fina que vai engrossando ao longo de sua extensão e é colocado no furo com o objetivo de alargá-lo. Normalmente se usa um alargador inicial de 2 milímetros e com o tempo vai se aumentando o diâmetro. Geralmente se aumenta de 2 em 2 milímetros, passando do de 2 milímetros, para o de 4 milímetros e assim por diante.

Scalp – Alargador 4mm

Essa técnica é feita com um bisturi, que realiza um pequeno corte no lóbulo da orelha e se insere o alargador do diâmetro desejado.

Dermal punch – Alargador 4mm

Essa é uma técnica que faz uso de uma ferramenta comum em biópsias (quando se retira uma parte do tecido de um órgão para pesquisa laboratorial). Essa ferramenta é capaz de cortar uma parte circular, onde será inserido o alargador.

Vale sempre lembrar que, independente do método escolhido, é sempre importante procurar um profissional qualificado e experiente para a aplicação do alargador ou qualquer forma de brinco ou piercing. Um local sem a assepsia adequada e um profissional sem o conhecimento adequado pode ocasionar infecções e diversos outros problemas que interferem na saúde e na estética.